NFT morreu? Talvez ele só tenha virado museu
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A internet já decretou a morte dos NFTs. O hype diminuiu, os preços caíram e o entusiasmo coletivo parece ter ido embora. Mas culturas não desaparecem. Elas mudam de lugar.
Talvez o NFT não tenha morrido, apenas saiu do palco do espetáculo e começou a ocupar um espaço mais silencioso. Saiu da promessa financeira imediata e entrou no território da preservação cultural. Menos euforia, mais arquivo.
Na história da arte, um movimento forte costuma passar por três estágios. Primeiro vem o escândalo, depois a especulação e, por fim, a musealização. O NFT já atravessou as duas primeiras fases. Agora começa a entrar na terceira. Quem compra hoje não está atrás de hype, está procurando lastro cultural, contexto, relevância histórica.
A pergunta mudou. Antes era “qual o preço”. Agora começa a surgir “o que este arquivo testemunha sobre o nosso tempo”.
Quando algo deixa de ser tendência e passa a ser documento, muda de vocabulário. E talvez esse seja o destino mais interessante para essa tecnologia: deixar de ser ruído de mercado e se tornar acervo.
Se os museus do futuro tiverem paredes, talvez elas sejam feitas de pixels.